- Todo homem que a gente vê andando por aí saiu de um ventre feminino. Nós somos seres que geram crianças do nada. Sem fazer esforço, sai das nossas barrigas uma criatura com dedos, rins, pulmão, sangue, coração, tudo funcionando. Esse poder nos confere uma dimensão divina. Nós somos misteriosas, mais introspectivas, somos complexas e contraditórias, e nascemos sabendo amar incondicionalmente. Tudo isso é muito esquisito para eles. Acho que o homem está muito assustado com a nova mulher perigosamente solta, perigosamente livre, perigosamente sexualizada e interessada em si mesma e não servindo mais àquele ponto de referência estável a que ele estava acostumado - avalia a atriz.

Maitê ainda diz que ainda há muitas mulheres "perdidas em futilidades”. E teoriza:
- Elas buscam o feminino pela sua caricatura. Tomam hormônios de crescimento, colocam plaquinhas para eliminarem a menstruação, as celulites, as flutuações emocionais, enfim, tudo aquilo que as constitui como mulheres. Aí o homem olha aquela mulher biônica, leva para o quarto porque ela é a caricatura da gostosa, mas, no dia seguinte, ele, sem entender porque, não está mais interessado. Essas mulheres biônicas escondem o melhor de si e colocam na frente o que todos nós temos de menos interessante, que são as nossas exterioridades, a aparência.

Fonte: O globo - Maitê Proença - capa da revita Bárbara edição de março.

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